Informativo

Rio, 13 de março de 2016       

Homenagem ao IBDD da Câmara Municipal do Rio de Janeiro com a entrega a medalha Pedro Ernesto

Receber a Medalha de Mérito Pedro Ernesto me surpreende. Não sou uma pessoa de festa. Faço meu trabalho com paixão e sem pensar em reconhecimento público.Acontece que nesse caminho de luta encontrei o Vereador Alexandre Isquierdo, e ele é uma pessoa excepcional.

Quero agradecer a essa Casa, ao Presidente Jorge Felippe, a cada Vereador em particular e em especial ao Alexandre por me homenagearem com a Medalha Pedro Ernesto. Interpreto essa homenagem como reconhecimento pelos serviços que presto à nossa cidade, e ela me alegra e emociona.

São mais de quarenta anos de dedicação a uma causa. Questão social abandonada, a luta pelos direitos da pessoa com deficiência é solitária, nós nesta sala a conhecemos, entidades de luta, amigos, pais, por ela enfrentamos o mundo. Mas o mundo prefere desconhecê-la.
Criei o IBDD há 17 anos com o propósito de construir uma instituição diferente. Hoje, gostaria de refletir um pouco sobre esse ideal.

Primeiro princípio: não recebemos verbas públicas, vivemos dos serviços que prestamos para empresas públicas e privadas, com o objetivo de apoiar pessoas com deficiência na construção de seus direitos. Talvez fosse mais fácil ter como fonte de recursos subvenções sociais, mas com isso perderíamos a independência política que temos hoje. E ela é essencial para nossa luta.

E é por acreditarem nessa nossa decisão que Alexandre Cardoso, Jorge Briard, Helena Bomeny , Wagner Victer, Alexandre Isquierdo, e alguns poucos outros “justos”  apóiam essa diferença do IBDD.  Agradeço a eles com uma frase do Tenório, nosso campeão paraolímpico: “Eu enxergava alguma luz. Perdi. Um pouquinho de luz que seja já faz diferença.”

Em segundo lugar, se não estou enganada, somos a única instituição da nossa área volta para a defesa de direitos através da intransigente luta pelo respeito à lei.  Acreditamos na força da Justiça para resgatar direitos, levantamos continuadamente nossa voz para reclamar e exigir dos três podereso respeito à lei e a construção de políticas públicas voltadas para os direitos da pessoa com deficiência. É tão justo o que buscamos. Por isso me emociona muito a frase de uma aluna nossa, após uma semana de curso sobre o que é lutar por seus direitos: “O IBDD fez uma revolução na minha vida.”

Em terceiro, um princípio: acreditamos no direito ao trabalho como parte da cidadania de cada um de nós; procuramos mostrar às empresas que é pela competência, e sempre pela competência, por mais segmentada que ela seja, que pessoas com deficiência devem ser empregadas.  É essa crença que pode transformar o olhar da sociedade, fazendo com que passe a acreditar as pessoas com deficiência.

E é por todos esses anos de luta que posso aqui reafirmar outra vez, mais uma vez somada às vezes sem conta que já repeti em minha vida: por mais difícil que seja nossa luta é impossível aceitar tanto desrespeito, tanta diferença, tanta exclusão.

Agradecer a essa Casa, ao Alexandre, a todos que fizeram e fazem o IBDD comigo, é acreditar no pequeno verso do discurso de Henrique V na peça de Shakespeare: “We few, we happy few, we band of brothers". Nós poucos, felizes, irmãos.

 

Teresa Amaral Camara Municipal

Homenagem da Câmara Municipal do Rio de Janeiro ao IBDD com a entrega a medalha Pedro Ernesto

 
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